domingo, 12 de setembro de 2010

Pernambuco terá Código de Ética para coibir exploração sexual no Turismo.

Pernambuco terá Código de Ética para coibir exploração sexual no Turismo Imagem: Ed Wanderley/DA/D.A Press
Imagem: Ed Wanderley/DA/D.A Press


Será lançado, em novembro deste ano, o Código de Conduta Ética no Turismo, que deverá nortear os profissionais do turismo e hotelaria atuantes em todo o Estado em como valorizar o mercado local combatendo problemas como a exploração sexual de crianças e adolescentes. O documento será firmado após o término dos seminários que debatem o tema nas 11 principais rotas de turismo pernambucanas. O 9º destino pernambucano da iniciativa, liderada pela Organização Não Governamental Childhood Brasil foi o Recife, que recebeu no Aeroporto Internacional dos Guararapes, nesta terça-feira (03), profissionais que lidam direta ou indiretamente com o turismo na capital.
Segundo a assistente técnica de ações de enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes da Secretaria de Turismo de Pernambuco, Maria Juliani Loureiro, o conteúdo do documento está sendo discutido com empresários, turismólogos e representantes de agências de turismo para que haja uma adesão generalizada dos personagens do mercado do turismo no Estado. “Esse código já existe no âmbito internacional e é reconhecido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) como forma de garantir que todos os envolvidos no setor sejam defensores, entre outros valores, dos direitos de crianças e adolescentes”, avalia.
De acordo com a coordenadora da Childhood Brasil, Gorete Vasconcelos, das 241 rotas que envolvem a exploração sexual e tráfico de pessoas para a prostituição no Brasil, 43 estão no Recife, principal conexão com o ‘mercado internacional’ do gênero. “Esta é a realidade de um turismo predatório, que temos que evitar. Isso não traz riquezas para o local e tira o atrativo da cidade, a exemplo de Taiwan, que hoje tem a imagem manchada. É preciso fiscalizar para promover um mercado mais inclusivo, onde todos, legalmente, sejam beneficiados”, explica.
Para acompanhar de perto a realidade da exploração sexual como um mercado atrelado ao turismo, a professora americana da Universidade de Illinois, Marcella Raffaelli, participou da reunião junto a cinco alunas. “A ideia é avaliar os desafios e estrategias das famílias brasileiras e apresentá-los aos americanos. O combate à exploração sexual é um dos pontos que estudamos e o Recife nos atrai por conta da disposição em encarar problema de frente”, avalia.
De acordo com o delegado do turista, Darley Timóteo, o desafio é conscientizar todos os envolvidos no setor como forma de coibir a exploração sexual, em especial de crianças e adolescentes. Um dos meios encontrados é impedir a entrada de garotas e garotos de programas em hoteis, onde, em geral, ficam hospedados os turistas de negócios, principais interessados na prática. Outro, é a utilização de ações policiais para intimidar os exploradores. “Somente este ano, em três ações, apreendemos mais de 30 adolescentes na Avenida Conselheiro Aguiar. O que nos surpreende é que a grande maioria deles eram do sexo masculino e menores de 18 anos, cujo aliciador não foi identificado”, afirma.
Para o delegado, o principal desafio encontrado para punir estes casos é que a prostituição, em si, não é um crime, mas uma postura comportamental, com exceção dos casos que envolvem menores. “Neste caso, não apenas o ‘rufião’ (explorador) paga as consequências, mas também os clientes, que podem ser indicados por corrupção de menores ou estupro presumido”, explica.
Por Ed Wanderley, da redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Essa é uma ótima notícia e o nosso estado só tem a ganhar com a implantação desse Código de conduta Ética no Turismo. Infelizmente, na nossa atual realidade, muitas pessoas se utilizam da atividade turística para cometer atos ilícitos e prejudiciais não só para a nossa imagem enquanto destino, como também, para o futuro da sociedade (nesse caso, nossas crianças). Nada mais certo e justo do que a união e conscientização dos profissionais do turismo no combate contra essa triste e vergonhosa prática da exploração sexual das crianças e jovens pernambucanos. O estado está de parabéns por essa iniciativa, contudo, é interessante enfatizar que esse Código deve ser adotado e posto em prática por todos os profissionais da área, se todos não vestirem essa camisa, de nada irá adiantar termos o Código se ele não for posto em prática.


4 comentários:

  1. Além da criação e da implantação do Código de Ética, é necessário que se desvincule a imagem do sexo fácil ao turismo no Brasil, fato que já vem acontecendo com o redirecionamento das campanhas publicitárias, que anteriormente se utilizavam das mulheres de biquíni nas praias como principal cartão postal do País, agora substituídas por paisagens naturais. Destaca-se também que em paralelo com a exploração sexual, ocorrem outros crimes que contribuem para manchar nossa imagem como destino turístico, tais como o tráfico de drogas e roubos, por vezes seguidos de assassinatos, criando um clima de insegurança que desestimula muitos turistas em potencial. Eis então mais um motivo para combater a exploração sexual.

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  2. Sabemos que a exploração sexual no brasil ocorre de longas datas, tornando dificil desvincular esse rótulo de país onde tudo se consegue fácil e se faz sem que haja certas punições. No entanto percebo que aos poucos vem aumentando a divulgação e a valorização desse tema que é de extrema importâcia para o turismo no Brasil e principalmente para a nossa sociedade. Creio que, com a criação desse código de ética para o turismo haverá uma acentuada coibição e diminuição de tais práticas abusivas no nosso estado, mas pra isso os profissionais da área e principalmente a sociedade como um todo, tem que estarem enganjados nesse propósito e agarrem essa causa de uma vez por toda, denuciando de qualquer forma que seja a prática da exploração sexual

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  3. A dificuldade maior em se combater esse crime é por causa da grande organização do tráfico e exploração de menores que é feito pelos envolvidos. Eles se utilizam de diversas ferramentas para facilitar tal prática, principalmente a internet que hoje é um meio de comunicação poderosíssimo, ajudando inclusive, a esses traficantes se utilizarem de outras linguagens internautas para se comunicarem com hotéis, taxistas, enfim... com os que fazem parte da atividade turistica, dificultando assim o combate à exploração e o abuso sexual.
    Acredito que esse codigo que será implantado no estado de pernambuco deverá sim coibir as ações dos criminosos, pois mostrará a eles que no nosso país também existe lei para proteger as crianças que são o patrimonio do Brasil.

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  4. Pois é, atração de turistas devido o turismo "sexual"ou pedratório como os representantes do projeto preferem chamar a exploração sexual, de fato é um aspecto cultural, difícil de ser combatido mesmo, mais que um desafio, uma mudança de paradigmas... porém é bom ver ações como esse projeto que contam com o apoio do governo do Estado e aparetemente das empresas que compõem o trade turístico. Uma boa pergunta nas nossas visitas técnicas seria se o empreendimento conhece o código e o que ele faz para combater o turismo pedratório.... pensemo nisso, ótima semana a todos!

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